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Odeio negros, Odeio Odeio Odeio Odeio...
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Odeio negros, judeus e homossexuais. Odeio tudo que é aberração. Odeio os fracos e oprimidos. Odeio os pobres. Tenho aversão a todos eles. Cuspo e cago sobre essa gentalha. Sinto o meu sangue ferver de ódio e violência quando encontro com algum deles. Sinto as pupilas dilatadas, os pêlos eriçados, os punhos fechados, os músculos contraídos e todo o meu corpo preparado para espancá-los até a morte.
Sou totalitarista, egocêntrico e maquiavélico. São essas qualidades que fazem de mim um vencedor. Não meço esforços para conseguir o que quero. Conspurco, engano, traio, difamo. Sou o estereótipo perfeito do Diabo encarnado na Terra. Sou bonito, gentil, rico e aparentemente confiável. No entanto, quando menos se espera, já comprei a sua alma, tal qual uma mercadoria, e a vendi para um perverso traficante.
Sou Júlio César, Napoleão e Hitler. Todos eles juntos disfarçados na pele de Cleópatra. Sou o Sadismo fantasiado de Beleza. Participei dos momentos mais importantes da história. Da Guerra de Tróia, das Cruzadas, da Revolução Francesa e das duas Guerras Mundiais. Estou por trás de tudo que é sinistro e de tudo que inspira medo. Fui eu quem inventou o Índex da Igreja, a guilhotina, a crucificação, a morte na fogueira e o tráfico negreiro.
Afinal, ó leitor burro, quem sou eu? Ora, sou você mesmo nos seus momentos de maldade. Quando vira a cara e passa longe de um mendigo. Quando ri com prazer dos deficientes. Quando conta piadas de preto e de bicha. Quando escolhe os amigos ricos e despreza os pobres. Quando abre mão das pessoas que lhe são mais importantes e dos seus sonhos mais íntimos para não parecer antipopular. Sou você nos seus momentos de fraqueza. Sempre estive ao seu lado e acompanho a humanidade desde os tempos das cavernas. Sou macabro e ávido por injustiça.